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Quinta-feira, 28 de março de 2013 às 14:28. Enquanto que os pés galgam caminho. 8212; pega nas nuvens e escreve-lhes estórias. 8212; Às chaminés das casas dá-lhes nomes. Entretém-se, sonha,. Desfia as personagens que passam em parágrafos,. Desdobra-as em diálogos,. Dá-lhes tatuagens em copos de vinho,. E esconde-lhes o passado em brigas de facas. A bordo de navios que partem e regressam a lado algum. 8249;  Página anterior. Página Seguinte  ›. Cidadão do mundo e arredores. Procura-se companhia nas viagens.

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Quinta-feira, 7 de março de 2013 às 14:30. Semeando chamas na ponta dos dedos. E as tuas pernas torneiam-me. Os medos na boca. Desenhado, rodeado neste abraço. Os soluços são sorteados em lotaria. 8212; a verdadeira prisão. Quando o falso delinear de planos. No espelho da noite. É gume rombo,. Queimadas no vermelho crepúsculo. As palavras mergulham da boca para o chão. Caiem pesadas sobre os pés. 8212; o soalho de carvalho estremece. E danças no reflexo dos espelhos. Bandas sonoras de filmes em acordeão.

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Sábado, 16 de março de 2013 às 10:18. A saudade é alimento da solidão. Um roubo de vergonha da salvação. Do abraço, do momento em que a voz do vento enche o peito. E o sorriso é alento. 8212; na fotografia guardada. 8212; no eco do pensar. O resguardo que a cabeça encontra junto ao bater do peito. 8212; que já não bate. 8212; já não respira. Mas ri, e sorri, e é ensurdecedor. E leva da boca o fôlego,. E o silêncio do vácuo. 8212; fico sozinho com a transpiração que me desce pela nuca. Neste amor que é meu.

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Terça-feira, 14 de julho de 2015 às 00:54. Olha estes pés dançantes engolidos nessa gargalhada. Na luz com que saudamos o sol. Às histórias de romances que fazem dormir a noite. Sê fogo de artifício ou cicatriz deste beijo. Deixa que a linha se cruze nas letras do meu nome. E vê como a agulha puxa a carne. Destas palavras desenhadas nos meus olhos. Restam-me as mãos nuas, mergulhadas em vertigens. E tu lá no fundo. És toda, um novelo de saudade. O meu corpo é naufrago desse abraço. Um dia a ponte caíu.

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Segunda-feira, 26 de agosto de 2013 às 14:30. Na imaginação deixava os braços descaídos. Dados como vencidos,. Mas quão alto que era o voo. Embalado nas mandíbulas frágeis do momento. Envoltos numa névoa de brilhante azul. Diamante, meteoros eternos na queda eterna. E sentia o peito saltar fora. No sussurro do nome. Com a delícia do eco. Não havia ilha maior. 4 de janeiro de 2015 às 22:22. Nem havia no mundo vontade menor e mais fraca de se salvar. 5 de janeiro de 2015 às 12:27. Um dia a ponte caíu.

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Terça-feira, 30 de julho de 2013 às 14:21. Deixei-te em todas as coisas. No caminho estreito onde nuvens se pintam de água negra. Quando as saudades são o tracejado das fronteiras. Nos mapas dos teus olhos, e o amanhã. O gato que sempre quis ser rato,. A memória que somente mente quando ousa ser verdade. Porque - e sejamos sinceros. Todos os sonhos o são. A pincelada de azul,. Centelha arrancada por um punho erguido. Quando o amor é segredo. Quando o amor é arma. À boca da noite,. Um dia a ponte caíu.

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Quarta-feira, 3 de abril de 2013 às 14:50. No comboio para a Covilhã deixo que a ternura da infância seja assombro do meu corpo. Recosto-me e o torpor leva-me as saudades e a melancolia das viagens no regional com os avós; do cheiro a laranjas; do xaile da Armanda; das estórias; de jogar à bisca; de ver o Joaquim jogar solitário. Gosto da tranquilidade, dos olhos fechados, do reflexo do sol nas águas que seguem a jusante. 8249;  Página anterior. Página Seguinte  ›. Cidadão do mundo e arredores.

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Quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015 às 21:09. A vida é agora — não depende de um aumento ou do carro nem da casa. A vida abraça-se porque é música e tem asas e é tanta, e rodopia e cai e levanta de novo aos céus. Somos energia — átomos colados como que por magia. Esbanjamos demasiado tempo a pensar que não. 8249;  Página anterior. Página Seguinte  ›. Cidadão do mundo e arredores. Sem pouso certo, vai-se seguindo a maré. Procura-se companhia nas viagens. Um dia a ponte caíu.

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Terça-feira, 13 de agosto de 2013 às 23:27. 8212; e pelo canto do olho continuava a observar-te, de dedos curiosos a esticarem as feridas abertas, a romperem os fios das cicatrizes, e deixava-te olhar para dentro enquanto me tiravas as medidas e as guardavas nos frascos coleccionados durante as tuas psicoses ou paixonetas sobre rapazolas, e dava-te a mão, apertava-te a mão. Há poucos sítios onde gostaria mais de estar. Tenho um prato vazio mas não tenho fome, e os pés já não os vejo por debaixo da ág...

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Terça-feira, 26 de março de 2013 às 14:45. Há mais que o acordar, o revirar e dobrar o corpo na cama, para um lado primeiro, para o outro depois. Olhar o tecto e contar as razões para não mexer um músculo, para adiar o inadiável, mergulhar no desejo da eterna letargia, do eterno equívoco a que chamam vida. É amanhã - dizes baixinho para ti, em confidência - é amanhã que renasço em mim. E rastejas para fora dos lençóis - derrotado e nu - mas só mais um, só mais este dia. 8249;  Página anterior.