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Da minha escrivaninha...: Março 2015
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Domingo, 1 de março de 2015. Do que a noite me traz. Desce o ocaso devagarinho. E os terrores que me assolaram. A noite passada retornam. Aos poucos, com o peso. De chumbo das nuvens cinzas lá no alto. Ainda está aqui o inchaço dos olhos em febre. E o medo de encarar tudo de novo. É grande como um monstro debaixo da cama. Dos meus olhos avizinha-se. A ardência que antecede a lágrima. Pesada como os terrores e o chumbo das nuvens. Será uma noite longa,. Será fria a chuva,. A batalha queimará em meu peito.
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Da minha escrivaninha...: Abril 2012
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Sexta-feira, 27 de abril de 2012. Menino abandonado numa beira de escada. Chora de fome e de frio. E ninguém se compadece. Sua mãe, não conhece. Seu pai, também não. E agora, moleque (fosse Drummond, diria: E agora, José? Veja Santa Cecília naquele pedestal! Olha para ali. olha para acolá. Mas ninguém olha o menino a agonizar. Menino abandonado numa beira de escada. Morreu de fome e de frio. Nem o vigário nem ninguém o percebeu. Compartilhar com o Pinterest. Domingo, 22 de abril de 2012. Outra vez nós ali.
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Da minha escrivaninha...: Último ato
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Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. Surgem como um ronco quente. Do deserto em silêncio,. Olhos por detrás das lentes. Dos rifles em preto lenço. Com as mentes em louca chama,. Vão descendo em grupos vários. Choque forte, fundo, brusco. Ronca em dores o deserto. E a montanha, sob chumbo,. Sangra e chora neste inferno. Não há mais homens no mundo,. Foi a grande estupidez. Nos levou ao fundo. Por terceira e última vez. Compartilhar com o Pinterest. Assinar: Postar comentários (Atom). GRUPO VERSO DE BOCA.
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Da minha escrivaninha...: Junho 2014
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Quinta-feira, 5 de junho de 2014. Ei, menina do bailado,. Cola em mim nesse xaxado. Engoda a perna, troca o passo. Eita, menina, que eu te levo no braço. Eita, menina, me leva no teu cheiro. Dá ligeiro bem de manso. Um beijo no meu peito. Não te esqueces que te quero. A noite toda, o dia inteiro. Cola em mim pro suor escorrer. Cola, que é pro tempo não perder. Fica assim, bem desse jeito,. A noite toda, o dia inteiro. Compartilhar com o Pinterest. Cadastre seu e-mail e receba as atualizações de meu blog!
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Da minha escrivaninha...: Novembro 2012
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Sexta-feira, 2 de novembro de 2012. A menina e a lua. Vamos morar na lua? Pergunta a menina de olhos sapecas e de sorriso fácil. Aos homens que passam sisudos naquele fim de tarde crua. Todos a olham desconfiados da proposta, mas, ágil,. A menina toma os céus com a leveza das aves,. Perfila todo o horizonte que era anil,. Contorna o sol laranja que descai. E partiu para a lua! Gostava de lá porque não havia noites nem dias,. Apenas a lua que era toda sua. E as estrelas que eram suas guias.
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Da minha escrivaninha...: Abril 2015
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Terça-feira, 21 de abril de 2015. Teu corpo é como a água,. Que escorre pela minha rocha. E toca suave as algas negras. E enquanto tu deslizas em mim,. Feres a encosta do monte que sou. E fissuras com as garras de uma loba. A superfície antes em repouso. Na sede de morrer de viver,. E bebes meu sangue,. E bebes minha seiva. Teu corpo aqui não é mais água,. É flor odorífica,. Que exala sobre a montanha. O seu perfume cítrico. Às minhas manhãs,. Recebe o meu sol em seta,. E a minha chuva ardente,.
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Da minha escrivaninha...: Para o epitáfio da mulher vencida
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Terça-feira, 9 de dezembro de 2014. Para o epitáfio da mulher vencida. A mulher prática venceu! Em preto e branco,. Guiada pelo relógio de pulso,. De bolsa de couro pendendo do antebraço,. Apressada logo de manhã para ir trabalhar. É essa mulher que avisava,. Há algum tempo,. Que estava a caminho,. Que viria para vencer,. E venceu a mulher que eu tinha. Foi essa mulher prática que entrou. Daquela vez fatídica,. Batendo a porta da frente,. Louca por um banho. Para esticar as pernas. E reclamar do dia cinza.
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Da minha escrivaninha...: Fevereiro 2015
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Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015. Surgem como um ronco quente. Do deserto em silêncio,. Olhos por detrás das lentes. Dos rifles em preto lenço. Com as mentes em louca chama,. Vão descendo em grupos vários. Choque forte, fundo, brusco. Ronca em dores o deserto. E a montanha, sob chumbo,. Sangra e chora neste inferno. Não há mais homens no mundo,. Foi a grande estupidez. Nos levou ao fundo. Por terceira e última vez. Compartilhar com o Pinterest. Cadastre seu e-mail e receba as atualizações de meu blog!
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Da minha escrivaninha...: Julho 2012
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Domingo, 1 de julho de 2012. Haverá, então, um dia,. Em que olharemos para trás. E nos perguntaremos o que fizemos de nossas vidas. Daí, voltaremos nossos olhos um para o outro e sorriremos. Bastará este sorriso para compreendermos tudo. Compartilhar com o Pinterest. Cadastre seu e-mail e receba as atualizações de meu blog! Cascavel, Ceará, Brazil. Visualizar meu perfil completo. Desconto é bom e eu gosto. GRUPO VERSO DE BOCA. O voo das borboletas. Modelo Espetacular Ltda. Tecnologia do Blogger.
