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nuvem agridoce: Setembro 2013
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O equinócio da primavera vem lambendo os pés da gente. Tomando conta das ruas e das árvores. Pros lados de cá o mundo fica apaixonado. Flores em todos os cantos. Flamboyants e hibiscos explodem. Os jasmins estão voltando também. Na rua da minha casa tem mil deles. Toma um chá comigo hoje à noite? É só saudade mesmo. E uma gota ou uma enxurrada de amor. Acho que eu gosto da gente assim bem junto. Nos olhos, nos sorrisos. Vem pra perto que eu te faço um carinho. Hoje mesqueci de como se escreve teu nome.
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nuvem agridoce: Outubro 2014
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Eu olho pra ti e te vejo sorrindo. Sorriso largo, lindo, sempre tão alegre. Bagunço as memórias que tenho guardadas na cabeça. Quando eu penso em ti elas têm paredes de espelhos. Quando tu sorri uma vez, o sorriso se repete um milhão de vezes. Porque tu és assim. Pra mim e pro mundo. Sempre te vi como um pássaro cujas penas são coloridas. E chamam a atenção. Tipo aquele pavão que eu vi uma vez no jardim da casa de algum parente da Teresa). E tu abres as tuas asas e derramas as penas por cima de tudo.
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nuvem agridoce: Julho 2013
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To make sand out of pearls. Eu sigo derramando gotas de tinta preta nas cartas que escrevo. O que me faz lembrar. Como prova do meu amor, envio-lhe minhas lágrimas" *. Com os borrões eu faço floreios e enrosco todos nos cantos das páginas. As letras às vezes sorriem pra mim, que é pra eu sorrir de volta. Me jogo nas linhas de uma costura que não tem forma. Pela janela uma lua que mingua solta um murmúrio de solidão. As muitas constelações que eu aprendi a ler na aula de Astronomia dançam. Quando o sol fi...
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nuvem agridoce: Agosto 2016
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Sardade se escreve com r, de Rubens. Uma vez ele inventou um prato e deu o nome de “Risoto ao Sol de Agosto”. Alguns anos atrás ele virou pra mim e falou “vou pintar uma parede da sala de azul”. Comprou a tinta, trouxe pra casa, e me deixou desenhar na parede uma onda enorme usando uma esponjinha de lavar louça. Outra vez ele virou pra mim e falou "vou escrever outro livro. Quer participar? Toda vez que virei pra ele e contei de algum plano mirabolante, ele me mostrou que ser assim desse meu jeito passar...
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nuvem agridoce: Setembro 2015
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Faz dias e noites que te vejo e te escuto indo e vindo do quarto carregando teus cafés repetidamente, canecas diferentes, aquele último tu fez um pouco mais forte. O vento acabou de bater a porta de uma forma ruidosa e me assustei de leve, mas não tem ninguém ao redor pra compartilhar essa sensação comigo. O coração acelerou, desacelerou. E penso em ti com o muito amor que te dedico e te sinto. Sentado num banco na beira da lagoa. Depois de uma das nossas tantas conversas sobre a vida o mundo as pessoas.
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nuvem agridoce: Agosto 2013
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Descalça os sapatos, que é pra me acompanhar. O caminho é comprido, fechado de árvores,. Os pés sairão sujos e talvez machucados. Mas com alguém do lado sempre parece que não vai demorar. E se tu for esse alguém eu até me sinto mais segura. Me bota no colo e canta pra mim alguma canção que tu aprendeu. Em uma das viagens por esse Brasil enorme. Os quais em cada canto tu ligava pra gente e falava com o sotaque do lugar. E a gente morria de saudade. Assistir televisão contigo e rir das tuas piadas. Deixand...
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nuvem agridoce: Sardade se escreve com r, de Rubens
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Sardade se escreve com r, de Rubens. Uma vez ele inventou um prato e deu o nome de “Risoto ao Sol de Agosto”. Alguns anos atrás ele virou pra mim e falou “vou pintar uma parede da sala de azul”. Comprou a tinta, trouxe pra casa, e me deixou desenhar na parede uma onda enorme usando uma esponjinha de lavar louça. Outra vez ele virou pra mim e falou "vou escrever outro livro. Quer participar? Toda vez que virei pra ele e contei de algum plano mirabolante, ele me mostrou que ser assim desse meu jeito passar...
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nuvem agridoce: Outubro 2015
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Me recheando de silêncio. Assim como o dia passou bastante silencioso por mim. A não ser aquela trituradora de cana-de-açúcar na feira por onde passei. E a grama molhada da chuva inconstante grudou na saia que eu usava. A grama grudou, grudou um pouco de terra, a chuva grudou na minha pele. Até sobrar só o bagaço. Igual sobra de cana-de-açúcar triturada depois de retirado o caldo. Às vezes eu guardo tudo em uma jarra bem bonita na geladeira. Às vezes eu jorro tudo gramados afora. O vento mensageiro de te...
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nuvem agridoce: Maio 2016
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A lunática está no sótão. Achei uma caixa no sótão de casa. Uma casa de cores,. Mas às vezes parece que não. A caixa guardava tantas coisas. Que ao abri-la explodiram aqueles confetes de Carnaval bem na minha cara. E brilharam ao sol que entrava pelas frestas das janelas. Nas paredes no assoalho na minha pele. Revirando a caixa externei todo seu conteúdo. E a caixa guardava tantas coisas. Que ao revirá-la tudo o que a habitava esparramou-se pelo cômodo. Parecendo líquido, fluido. E descansavam nas ondas.
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nuvem agridoce: Abril 2015
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Me recostei na janela durante seis segundos e meu rosto quase congelou grudado ao vidro. Através do vidro eu via a cidade chacoalhando no embalo de um vento que nunca cessa. O relógio na parede me avisava que o vento não carregava consigo os ponteiros: há horas eu o encarei pela última vez e nada moveu-se desde então. Eu enchi a caixa da minha bicicleta e os alforges todos com areia e espalhei pela sala. Os vizinhos atravessam a rua chacoalhando-se com um vento que nunca cessa - parece que dançam! De uma...