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Universo Solipsista: Céu-Inferno
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Fevereiro 24, 2015. Vejo-te longe, e incompleto estou. Julgo-me insensível, perecível,. Sem cantos, sem prantos, risível,. Amargando fel do que se esgotou. Todo o pranto que me governa,. Constitui em mim assaz desalento,. Pois se distancio do tormento,. Perco de vista a minha lanterna. Se vejo-te perto, sinto-me deserto. Eis que meu fado descontente,. É pospor meu sentimento latente,. Reconhecendo, quiçá boquiaberto,. Que viverei a dualidade cadente.
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Universo Solipsista: A pensão
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Abril 10, 2012. No fim da rua treze, perto do rio,. Havia uma pensão, que era do tio.,. Que recebia pobre, rico, moribundo. A porta sempre espreitava o mundo. Tudo se via ali, só não alcoolemia. Ainda assim todo mundo que ali vivia,. Tinha consigo um quê de distração. Taciturnidade era proibida, ali não. Só havia uma regra em toda a pensão:. Respeitar como quereis ser respeitado! A frase sempre ressoava pelo saguão. E todos respeitavam, só não o Coitado.
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Universo Solipsista: A flor
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Novembro 08, 2012. Terra infrutífera, reino acabado. Tolhera de mim a flor do meu peito,. Desde então me hei sempre desajeitado,. Curando-me do mundo em meu leito. Que há neste túmulo de solidão? Outrora ardia em viva chama ardente,. Agora é frio, é pedra, é ilusão,. Agora é racional, é medo, é prudente. Quem haverá de acreditar na lealdade,. Que constrói um reino e o leva ao chão? Hei aprender que - no romper da ingenuidade -. Compartilhar com o Pinterest.
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Universo Solipsista: Preces
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Agosto 14, 2015. Tudo quanto há está obscuro,. A vida é vaga, e vaga sensível. No oco desse mundo impuro. É tudo, enquanto inconstante,. Sem preço e sem piedade! É intransponível vaidade,. Que de branda é queimante! O tempo corre desconcertante,. Atropelando os pés cansados,. Do que caminha, triunfante,. Sobre as brasas dos passados. Que cantaram a cada instante. Os vigores jamais gozados. Compartilhar com o Pinterest. Assinar: Postar comentários (Atom).
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Universo Solipsista: Soneto da Aproximação
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Abril 16, 2012. Deixe-me nos vales da solidão. Valorando-me tal qual um vintém. Passava eu em meio a multidão,. Sem perceber nada, nem ninguém. Estivera eu quieto em meu canto. Lendo poemas e Chopin assoviando. Afogando minha nostalgia e pranto. Nos pecados que me iam quebrando. Tranquei-me na cave do engenho,. Certo de que a emoção não sorriria. Mil enganos da minha engenharia,. Pois quanto maior meu empenho. Em afastar-me do que não queria,.
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Universo Solipsista: Dezembro 2012
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Dezembro 06, 2012. Sozinha estivera sentada no balanço,. Esperava compreender a existência. O que era realmente isso de essência? Só ouvira o grasnar do ganso. Era adulta - isso realmente importa? Mas se sentia como uma sutil infante. Gostava de pular corda e ver elefante. Brincar de ciranda e comer torta. Era do balanço que ela gostava! Embora fosse demasiado incerto. Enquanto ela na solidão balançava,. Da sua própria existência afastava,. O dia da estrela.
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Universo Solipsista: Devir
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Setembro 24, 2014. Quem dirá adeus aos velhos hábitos,. E se norteará por vales sombrios? Quem fará da mente lagos e rios,. Em que correrão novos espíritos? Quem dirá adeus às velhas convenções. Enquanto engole todas as mundanidades? Quem dará os ombros às verdades,. E não se esconderá das desilusões? Há quem espere a decrepitude. De uma vida bucólica e senil. O ofuscar dos dentes, a vicissitude,. O palácio de um mundo vazio. Queira o viver, queira o devir.
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Universo Solipsista: Solidão
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Abril 24, 2012. Ferina solidão, desoladora e temida,. Encontrei-lha em momento propício,. Pois minh’alma clamava o hospício,. D’um viver contente sem ter vida. Em teu fértil terreno do ensimesmar,. Encontrei-me em águas revoltosas,. Que viagens melhores e mais perigosas,. Jamais encontraria noutro lugar. Solidão és tu minha sectária fiel,. Em que encontro calma e devastação,. Onde me tomo de loucura e fel,. Onde, nas profundezas da emoção,. O dia da estrela.
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Universo Solipsista: Nada
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Abril 24, 2012. Que olhos são estes os teus perturbadores,. Pecaminosos, incompletos e sem devoção. São olhos de quem sempre perde razão,. Olhos de quem não vê o mundo de cores. Tua vista é rasa, sem nenhum prendimento,. Aterrissa na cova d’um mundo ilusório;. Olhos de quem não vê, não faz repositório. Da beleza profícua do ímpar contentamento. Teu mundo é parco, tua lua é minguada,. Teus dias é remar contra a desilusão,. Compartilhar com o Pinterest.
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Universo Solipsista: A dança
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A vida é o pânico num teatro sem chamas" Sartre. Agosto 14, 2015. Vejo assentos vazios na estação,. E o silêncio reverberando dos cantos! Em todos olhos vejo tímidos prantos,. Em todas faces vejo só lamentação. Passam-se vagões, vários e tantos. Ouço o ferro em brasa fervilhar,. Sinto o vento quente a deslizar. Vejo os altares, mas não os santos. Sento-me, e sinto perder a esperança! Vão-se vagões, e outros estão a chegar,. Continuo admirando a pobre e meiga dança,. Porém nenhum deles se me alcança.