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Dias de Prosa: 26/07/2014
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Sábado, 26 de julho de 2014. O defeito da esquerda. Quem deixou a porta aberta? Esqueceram de desligar o gás. Confirmou por engano. Assinou sem ler. Dormiu quase o tempo todo. Pensou que estivesse pronto. Perdeu o sono, o ônibus e as contas. Dizem que ficou louco. Feito Sartre, um viajante sem bilhete. Atravessou a vida por engano e guardou tão bem os traços do destino para não perder que esqueceu onde, em qual gaveta, uma pasta qualquer cheia de outros manuais velhos e pouco instrutivos. Essa frase comb...
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Dias de Prosa: 29/03/2014
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Sábado, 29 de março de 2014. Naquela tarde quente em que se encontraram com tanta solenidade, o mundo se transformara todo em músicas de notas simples. Descobriram que todos os afetos podiam ser afáveis e emitiram um pedido de desculpas constrangido a si mesmos pelas agressões veladas que aceitaram em esforços passados de serem politicamente corretos, graves demais ou semelhantes a alguns exemplares afetados da humanidade. Seremos afetuosos, cultos e distraídos. Um convite feito com um fio de voz. Estava...
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Dias de Prosa: 22/03/2015
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Domingo, 22 de março de 2015. Claudio Pereira dos Santos permanecia ereto no rio de correnteza leve, totalmente submerso, rígido e endurecido pela morte recente. Uma comunidade de algas verde-escuras de fios longos cobria cada centímetro de seu corpo esguio. As algas dançavam na densidade da água e Claudio continuava imóvel. Um ou outro vizinho tentou chamar-lhe a atenção para saber notícias do desaparecido:. Está no rio, seu Clóvis. Vou buscar aquele desmiolado antes que vire comida de piranha. A marca ...
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Dias de Prosa: 22/01/2014
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Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014. Rabiscou uma guria magrela no verso e a viu pedindo desculpas a si mesma. Quem seria essa pobre criatura que o incomodava a esta hora da madrugada? Qual seria seu conflito moral? Que filmes gostaria de ver? Ninguém viria à sua casa a esta hora. É óbvio que estava se escondendo. Mas também não fazia muito sentido se esconder onde se cria. No papel, a gente vira gente. O dono do papel queria seu nome, seu conflito moral e duas ou três preferências. Do resto eu dou conta.
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Dias de Prosa: Subsolo
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Terça-feira, 22 de abril de 2014. A sexta-feira santa começou ensolarada e firme. Trilhas, guia, geologia, cheiro de mato, expectativas e uma fenda despretensiosa pela qual me espremi e mergulhei com meu humilde capacete luminoso. Lá em cima as pessoas continuavam vivendo, alheias ao inseto amigo, à força da água, à escuridão do mundo e à minha orfandade. Na superfície as pessoas existiam alheias à morte que nos acompanha no gotejar subterrâneo. Belíssimo, sensibilíssimo e muitíssimo bem escrito! Que la ...
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Dias de Prosa: 29/05/2012
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Terça-feira, 29 de maio de 2012. Sobre esta nossa vida feita de não-clássicos, onde nunca seremos eruditos. Pós-modernos-neo-contemporâneos". Fissurados em uma prosa qualquer, sem Joyce nem Shakespeare, a ralé intelec. atualmente ébria - maconheiros do amanhã, incapazes de dizer o que lá. Lá lá lá. Quando se respira esta noite? Quanto vinho será necessário para nos tornar menos tímidos ou menos hostis? De certo. E o amor? Alguém importante está falando. Mais importante do que você, certamente. Eruditos n...
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Dias de Prosa: Das não-personas
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Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014. Rabiscou uma guria magrela no verso e a viu pedindo desculpas a si mesma. Quem seria essa pobre criatura que o incomodava a esta hora da madrugada? Qual seria seu conflito moral? Que filmes gostaria de ver? Ninguém viria à sua casa a esta hora. É óbvio que estava se escondendo. Mas também não fazia muito sentido se esconder onde se cria. No papel, a gente vira gente. O dono do papel queria seu nome, seu conflito moral e duas ou três preferências. Do resto eu dou conta.
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Dias de Prosa: Espaço público
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Domingo, 9 de setembro de 2012. Importa é para onde vamos; para onde olhamos; olha! Um fantasma sentado no capô do carro; quer maconha; quer ver as luzinhas lá embaixo e levantar as saias das moçoilas distraídas. Não tememos nada porque somos corajosos. Verdadeiramente corajosos. Guerreiros sagrados de merdinha nenhuma. Abraçaram-se e choraram um chorinho coletivo de frio e saudades; do nunca mais voltaremos porque não sabemos como voltar; fugindo dos fantasmas maconheiros que passeiam pe...
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Dias de Prosa: O defeito da esquerda
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Sábado, 26 de julho de 2014. O defeito da esquerda. Quem deixou a porta aberta? Esqueceram de desligar o gás. Confirmou por engano. Assinou sem ler. Dormiu quase o tempo todo. Pensou que estivesse pronto. Perdeu o sono, o ônibus e as contas. Dizem que ficou louco. Feito Sartre, um viajante sem bilhete. Atravessou a vida por engano e guardou tão bem os traços do destino para não perder que esqueceu onde, em qual gaveta, uma pasta qualquer cheia de outros manuais velhos e pouco instrutivos. Essa frase comb...
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Dias de Prosa: Um começo que não veio*
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Quinta-feira, 5 de dezembro de 2013. Um começo que não veio*. Tristeza não – Metá metá. Imagem: Obra de Salvador Dalí inspirada na Divina Comédia de Dante Alighieri. 5 de dezembro de 2013 19:28. A sutileza dos gestos, o silêncio das palavras que vão se gastando aos poucos, até serem outra coisa. Um corpo que se abre. dois corpos que se abrem. lentamente, ao estranho impossível do mundo. Um corpo cai. dois corpos caem. o medo, a fome, a carne, o tédio, frio. De uma complexidade úmida. Com açúcar, com afeto.