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The Absence Of a Wall: December 2009

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The Absence Of a Wall. Com a fogueira quase extinta, no meio da vasta planície o sábio sussurrou à criança:. Não tenhas medo, ainda não és um homem. Posted by The Absence Of a Wall. Subscribe to: Posts (Atom). The Absence Of a Wall. View my complete profile.

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The Absence Of a Wall: Manifesto nº 1

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The Absence Of a Wall. Seja no momento em que nasces. Em que dás o primeiro beijo. Em que decides que é aquela pessoa com que vais passar o resto do teus dias. Em que te apercebes da vulgaridade da nudez. E finalmente acabas por te enjoar do cheiro azedo do sexo. Nos momentos em que estás sozinho. Quando estás rodeado de amigos que não conheces. Quando te julgas imortal e o mundo é teu. Quando sonhas com o dinheiro, a fama e a consequente luxuria. Nada existe por um segundo. E esse segundo és tu.

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The Absence Of a Wall: October 2009

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The Absence Of a Wall. Será que alguém, alguma vez, em algum lugar, terá dito algo que só tenha feito sentido para ela própria e mais ninguém? Posted by The Absence Of a Wall. Mais ou menos eternamente. Nem que seja por um minuto. Aceno para dizer adeus. Preso na realidade inteira. Não vejo o sol faz já algumas semanas. E as noites parecem nunca acabar. A chuva que cai na soleira da porta. Prometo que não vou olhar para trás. Que vou ser meu para sempre. Vou-te oferecer as minhas lágrimas.

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The Absence Of a Wall: November 2009

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The Absence Of a Wall. O imenso campo vazio. Faz algum tempo desde que vi alguém. E a paz tão distante. O pulso treme à medida que corto. Quando chegar a altura não vou hesitar. Afirmam que o mundo acabou. Aproveito a última gota de água para me afogar. O problema do mundo sou eu. Borboletas por toda a parte. Não sei como te dizer. Mas já não te amo faz algum tempo. Como poderei eu argumentar a ausência de sentimento? Chegada a hora de partir. Resta-me escolher a porta correcta. Nada existe por um segundo.

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The Absence Of a Wall: July 2009

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The Absence Of a Wall. E tudo recomeça de novo. Outro dia, a mesma história. Ver as mesmas pessoas. Dizer as mesmas palavras. O que não daria por uma surpresa diária. Que quebrasse a dormência da alma. E me fizesse acreditar no amanhã. Todos os dias morro um pouco. Caminhada firme para o funeral. Leite com chocolate para o pequeno almoço. O frio da rua que me leva ao destino. A vontade de voltar para trás. De fugir para longe, explorar o mundo. Preciso de encontrar um desvio urgentemente. Adormecida por ...

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The Absence Of a Wall: Aleatório

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The Absence Of a Wall. Hoje vou enterrar amigos esquecidos. Saborear o cheiro do verão. Abraçar o vazio como um amante distante. Voltar a acreditar nas histórias que contei. E resignar-me para sempre. Às vozes na minha cabeça. Para nunca mais voltar. Pegunto-te o teu nome. A conversa pode ficar para outra altura qualquer. E à medida que o silêncio dá lugar ao nascer do sol. Volto a acreditar que é possivel mentir. E retiro da equação o factor variável. Posted by The Absence Of a Wall.

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The Absence Of a Wall: Bus 911

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The Absence Of a Wall. Uma viagem de autocarro, as pessoas adormecidas, planeiam a fuga para lugar nenhum. A brevidade da viagem, o emprego miserável, a casa para pagar, e o sonho de um amanhã excepcional. A paisagem imóvel corroi a cegueira permanente dos nossos destinos, para que possamos acreditar que ainda controlamos o futuro. Posted by The Absence Of a Wall. Uma questão de princípios. The Absence Of a Wall. View my complete profile.

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The Absence Of a Wall: September 2009

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The Absence Of a Wall. Está quase a acabar. Dá-me só mais um minuto. Uma nota escrita no ombro do amor. Nada faz mais sentido. Levanta-te e dorme até ficares melhor. Multidão perdida na rua sem fim. Tenho de mudar algo para melhor. Tudo para nada, esqueci-me num segundo. Prioridades à parte, e voltas a existir. Foge incerto, para sempre. Laminado como a lua, doce como o sal. Viajei três dias para envelhecer seis anos. E tudo porque acreditei que estarias ao acordar. Cada um por si até ao final.

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The Absence Of a Wall: May 2009

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The Absence Of a Wall. Fixo a janela semi aberta e pergunto-me. Quantas pessoas terão deixado esta casa? Quantos lagrimas, sorrisos e despedidas terão presenciado estas paredes? Nuas como no ínicio. Quase como quando a vi pela primeira vez. E na hora do adeus recorro á nostalgia como comprimido. Deixei de ter medo das coisas que não posso controlar. É fim da tarde como no principio. A luz incide no chão do corredor. As palmeiras agitam-se ao sabor do vento. O sacristão fala sozinho enquanto fecha a igreja.

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The Absence Of a Wall: O grande circulo

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The Absence Of a Wall. O peso imóvel e perfeito. O coração. sarado. Olho para os papeis com palavras passadas, sem nexo, e à medida que me recosto no sofá e pressiono o botão, as imagens começam a desfilar no televisor como nenúfares estáticos e isolados, completamente sem sentido, e único, lembro-me que respiro para sempre. Preciso de mim como era, como quero ser, não posso continuar a projectar o corpo em vão, tenho os dias contados num caderno qualquer, e uma vontade infindável de sentir.