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Navio Teleri: Letras ao vento.
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Terça-feira, 3 de novembro de 2015. Coisa ruim é querer escrever sem bem saber o quê. O pior ainda é saber sobre o que não se quer falar. Porque se contrário fosse, qualquer coisa já era boa o suficiente. Não o sendo se fica com a sensação de que já o pouco que se tem é o bastante. Muito querer falar parece causar engarrafamento de letras. Deve ser por lá. Deve ser por isso que o espirro estava tão insistente. Ou não. quem é que vai saber? Minha lista de blogs.
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Navio Teleri: Dezembro 2014
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Sexta-feira, 26 de dezembro de 2014. As unhas longas e bem pintadas percorreram-lhe a barba rala com um misto de carinho, seriedade e raiva. O olhar pétreo juntou-se ao dele e com a voz professoral Cassandra lhe disse:. Heitor, Heitor. os homens realmente são como cães. correm atras do que não tem. até acharem que tem. aí como não sabem o que fazer, correm atras de outra coisa. Com um tapa suave encerrou o assunto. Deu-lhe as costas e foi embora. Só ele. ...
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Navio Teleri: Dentro da terra - parte 2
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Terça-feira, 13 de outubro de 2015. Dentro da terra - parte 2. Mas esse é o mal de todos que são elevados a algum posto de comando ou a novos ares sociais, exacerbam cada uma das características daqueles que já lá estavam em um tosco teatro de aparências onde ninguém consegue ser iludido. É ridículo. é ridículo. Foram meses difíceis até a sua adaptação a esse cu do mundo. Era bom viver sem tantas preocupações e pudores. Eram as três uma grande extensão de uma...
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Navio Teleri: Fevereiro 2015
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015. O corpo pequeno transbordava com a coragem que lhe inflava o peito. Quando todos disseram que era loucura, quando inclusive ela achava tudo impossível, ela quis. Estava quebrada por causa de outro alguém. Lambeu as feridas e decidiu ser feliz. Foram horas de conversas trocadas. Risadas dadas. Perguntas. Acordos. Ela mal sabia, mas isso nunca foi uma opção. Era grande demais para que as letras a conseguissem resumir.
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Navio Teleri: Vaidade das vaidades.
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Sábado, 17 de outubro de 2015. Ah, como sofro. Em meu humilde e miserável involucro cedido pelo senhor da criação vou sendo a cada dia tomado por mais e mais enfermidades. Sou tão frágil e fraco. A cada segundo desfaleço-me em suplícios não impostos ou não escolhidos. Padeço ante as agruras que são colocadas ante a mim. Poderia simplesmente negar-me a sofrer. Sim, sei que poderia. Sei que Deus se apiedaria de mim. Afinal, sou tão bom, correto e justo. Sempre ...
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Navio Teleri: Abril 2015
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Quarta-feira, 29 de abril de 2015. Sentia a brisa lenta do mar roçando a face. A fome não deixava. Buscava concentrar-se em alguma musica que gostava tanto, mas não conseguia lembrar como ela começava. A terra só podia estar distante. O quão distante ainda conseguiria ir? Perdera o leme e as velas a mais de sessenta milhas náuticas. Tivera um sonho. Assumira o risco. Possuía o controle. Tudo parecia tão distante como uma outra vida. Perdido em alto mar.
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Navio Teleri: Julho 2015
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Terça-feira, 14 de julho de 2015. Os ipês rosados davam um charme todo especial. O céu de uma azul vivo completava a tela. O som dos pássaros tinha um poder metafísico de transcender o tempo e espaço e o colocava novamente na casa do avô, criador de pássaros e sempre com uma boa conversa embalada pelo rangido do armador e do punho da rede. Encontrou a paz que buscava. Suspirou com o contentamento de quem enfim conseguiu esquecer o que tanto o atormentava.
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Navio Teleri: Outubro 2015
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Sexta-feira, 30 de outubro de 2015. Eu mandei virar filho da puta? Foi a ultima coisa que ouviu antes do zumbido alto começar. Havia desmaiado ali mesmo. Desconcertado e ainda bastante ardido conseguiu sentir uma presença longe pelo canto esquerdo do olho. O zelador olhava meio assustado para ele mas logo desviou o olhar assim que percebeu que Jônatas fixava o olhar no dele. Era tudo que queria. Três dias em casa. Nunca foi tão feliz em receber um carão da mãe.
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Navio Teleri: Jônatas
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Navegando em barcos alvos por mares revoltos. Sexta-feira, 30 de outubro de 2015. Eu mandei virar filho da puta? Foi a ultima coisa que ouviu antes do zumbido alto começar. Havia desmaiado ali mesmo. Desconcertado e ainda bastante ardido conseguiu sentir uma presença longe pelo canto esquerdo do olho. O zelador olhava meio assustado para ele mas logo desviou o olhar assim que percebeu que Jônatas fixava o olhar no dele. Era tudo que queria. Três dias em casa. Nunca foi tão feliz em receber um carão da mãe.